quarta-feira

I - Introdução

Longas pedaladas, muitas subidas, bastante descidas,,,

Sacrifício, cansaço, solidão, meditação, o desconhecido, os medos, a saudade, o valor, o encontro, a aventura, o desporto, a natureza, a fraternidade, o êxtase, a benção. Essas são as palavras que mais vieram à minha mente quando decidi percorrer, há alguns anos, esta rota secular.

Pra quem não conhece muito sobre Caminho, perguntas e respostas logo abaixo,,,

Pra quem já conhece, este é mais um site, dentro das centenas existentes sobre o assunto, onde podemos encontrar a experiência de cada um.

Se você pensa em fazer este percurso em bicicleta, espero que as informações lhe sejam bastante úteis.

Bem vindo ao meu caminho!!


I - O que é o Caminho de Santiago?
É o caminho que foi criado pela passagem dos cristãos que saíam de todas as partes do mundo para rezar no túmulo do Apóstolo Tiago, encontrado na Galícia há cerca de mil anos atrás.

É a única rota no mundo que não foi formada por motivos comerciais.


II - Por que fazer o Caminho de Santiago?
Por vários motivos. Isto é muito pessoal.

Alguns irão fazer por motivos religiosos, outros por motivos místicos, artísticos, culturais, esportivos, por simples turismo, outros por aventura, outros para meditar, outros para conhecer pessoas, outros por promessa, e assim vamos.
Fazer o Caminho de Santiago deve ser importante e muito marcante na vida de qualquer um. Durante o Caminho, vamos conhecer dezenas de peregrinos, carregando dezenas de razões. Talvez possamos descobrir dezenas de "nós" mesmos.


III - Onde fica o Caminho de Santiago?
O Caminho de Santiago não tem início. Na Idade Média, os peregrinos partiam de todas as partes do mundo rumo à Santiago de Compostela.

Seu trecho mais conhecido é chamado de Caminho Francês, que atravessa a cordilheira dos Pirineus e penetra na Espanha pela região da Navarra (País Basco Espanhol) e mais seis regiões espanholas, em direcção oeste até a Galícia, onde se situa a cidade de Santiago de Compostela, capital galega.

Daqueles caminhos que partiam da Europa, fora da Península Ibérica, os principais que alcançam o território espanhol são o Francês e o Caminho Aragonês que se juntam poucos quilômetros adiante, numa cidade chamada Puente de La Reina.
Daí em até Santiago de Compostela, mantém o nome de Caminho Francês. Dentro da Península Ibérica vários são os caminhos a Santiago, como a Via de la Plata, o Português, o Primitivo, o Caminho do Norte e muitos outros.


IV - Como é o Caminho de Santiago?
É composto, na maior parte do trajecto, por trilhas de terra batida, barro, pedras, antigas calçadas romanas e hoje, por vezes, com as modernas rodovias (carreteras), ou caminhando paralelo a elas. Penetra em cidades e pequenas vilas ("pueblos"), que aparentam não terem saído ainda da Idade Média.

Em todo o Caminho a paisagem é deslumbrante, oferecendo uma surpresa a cada curva.


V - Como são os refúgios do Caminho de Santiago?
São locais de hospedagem e acolhida de peregrinos e são, na maioria das vezes mantidos pelas prefeituras, governos das províncias, pela Igreja e pelas Associações de Amigos do Caminho de Santiago. Existem alguns refúgios particulares, mantidos por pessoas devotadas e dedicadas à causa da peregrinação.

São quase sempre limpos e razoavelmente confortáveis. Não têm roupa de cama (alguns até têm); os peregrinos devem levar seus sacos de dormir e colocá-los sobre as camas ou beliches. Existem, em quase todos, duchas quentes, ou não, locais para a lavagem de roupa, murais para recados e avisos, livro de registro e livro dos peregrinos, onde todos registram suas impressões.
Os refúgios são cuidados pelos hospitaleiros.


VI - Quem são os hospitaleiros?
São ex-peregrinos voluntários que dedicam períodos de férias a trabalhar em refúgios, cuidando da sua administração. Em alguns refúgios, são padres, em outros são empregados das prefeituras.


VII - Onde começar o Caminho de Santiago?
Fica a sua escolha. Porém, existem lugares que tradicionalmente são marcados como início do Caminho de Santiago na atualidade.

No Caminho Francês, também costuma-se iniciar em Roncesvalles, já na Espanha.

Começar em Saint Jean Pied-de-Port, cerca de trinta e cinco quilômetros antes, na França, é bastante duro. Mas atravessar os Pirineus através da Rota de Napoleão, e aproveitar este pedaço do passado, que se faz presente, magnífico, deve mesmo compensar o esforço.


VIII - O que é o passaporte do peregrino, e como obtê-lo?
É a credencial do peregrino, enquanto estiver trilhando o Caminho de Santiago. Substitui os “salvo condutos” emitidos na antiguidade aos peregrinos, como um documento comprovando a sua boa fé, de forma que pudesse ser bem recebido por onde passasse.

Nele, o peregrino colherá os carimbos ("sellos"), nas cidades e pueblos por onde passar, para provar que cumpriu o trajecto mínimo para ter o direito a receber a chamada "Compostelana" (Certificado de conclusão do Caminho de Santiago).
Os últimos 100 km a pé ou 200 km em bicicleta já bastam para dar direito à Compostelana.


IX - O que é o Certificado Compostelano?
Conhecido como a "Compostelana", é emitido no escritório de recepção de peregrinos em Santiago de Compostela; é a prova de ter cumprido o Caminho de Santiago.


X - É possível se perder no Caminho de Santiago?
É praticamente impossível. São inúmeros os "roteiros" do Caminho de Santiago que são vendidos em todas as partes. Mas mesmo que você não adquira nenhum deles, as setas amerelas estão em todos os lugares para indicar o Caminho. Nas árvores, nas porteiras, no chão, nas paredes, nas pedras. Em todos os cantos se vêm as setas amarelas. Além do mais, os "pueblos" são muito próximos uns dos outros, e sempre existe alguém para dar uma indicação.


XI - Qual é a melhor época do ano para se fazer o Caminho de Santiago?
Primavera ou no outono europeus.
No inverno, nem pensar. No verão, além de ser muito quente em boa parte da região atravessada, há uma superlotação do Caminho de Santiago. Muita gente em férias, os albergues ficam cheios demais.


XII - Que tipo de pessoas você encontra percorrendo o Caminho de Santiago?
Gente de todas as partes do mundo, de todas as idades e de todas as classes sociais:
austríacos, alemães, belgas, franceses, ingleses, dinamarqueses, colombianos, brasileiros, argentinos e tantos outros, cada qual com sua história para contar, empolgados com as belezas e estimulados com as forças do Caminho de Santiago de Compostela.

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